terça-feira, setembro 20, 2005

O que me restou?


Arrancaram-me tudo, a felicidade, a alegria, o sorriso, a auto estima, o destino que eu havia criado as palavras que me disseram que eram felinas demais.
Mas os meus sonhos e o mundo encantado que tive que criar para sonhar e um dia tentar encontrar, este ninguém pode me tirar.
O amor que se foi esta no meu coração e ainda sinto calafrios quando ouço a voz, gostaria que tivessem me tirado este sentimento mas ele ainda perdura.
É fácil falar que reclamamos demais, falamos demais, quando temos uma vida quase perfeita, mas será que alguém perguntou por que os suicidas muitos também com vidinhas perfeitas tem a imensa coragem de se matar.
Ninguém entende a vida de ninguém o que passa na cabeça e no coração nem nós sabemos como sair da escuridão.

Na verdade queria ter nascido borboleta para morrer em 24 horas e viver sem medo da morte e sem tempo para ser julgada....

domingo, setembro 18, 2005

..."Estou por assim dizer vendo claramente o vazio. E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior que eu mesma, e não me alcanço. Além do que: que faço dessa lucidez? Sei também que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano- já me aconteceu antes."
Clarice Lispector

sexta-feira, setembro 16, 2005

Mulher ao espelho



"Hoje, que seja esta ou aquela, pouco me importa.Quero apenas parecer bela,pois, seja qual for, estou morta. Já fui loura, já fui morena,já fui Margarida e Beatriz,Já fui Maria e Madalena.Só não pude ser como quis.Que mal fez, essa cor fingida do meu cabelo, e do meu rosto,se é tudo tinta: o mundo, a vida,o contentamento, o desgosto?Por fora, serei como queira,a moda, que vai me matando.Que me levem pele e caveira ao nada, não me importa quando.Mas quem viu, tão dilacerados,olhos, braços e sonhos seus,e morreu pelos seus pecados,falará com Deus.Falará, coberta de luzes,do alto penteado ao rubro artelho.Porque uns expiram sobre cruzes,outros, buscando-se no espelho. "
Cecília Meireles

quarta-feira, setembro 14, 2005

O Olhar

Se olharmos bem no fundo dos olhos,bem devagar e nos permitirmos que tudo se congele ao nosso redor e que o instante seja só aquele "olhos nos olhos", veremos o interior , a alma . E nele encontraremos não a máscara que todos usamos mas o real, o verdadeiro e não o efêmero.

terça-feira, setembro 13, 2005

A alcova!!!

Fugi para a minha alcova , fechada e escura onde entrava-se eu e a solidão.
Onde a busca do que sou, do meu eu completamente despido de toda superficialidade existente, era tão incessante que eu nem percebia a existência da solidão.
Neste momento a solidão deixou de ser inimiga e tornou-se a minha melhor ouvinte.

Desinterrar é viver?



A saudade nos faz buscar na mente e desinterrar do coração, cada detalhe do momento vivido. Com a ilusão e a esperança de que assim poderemos reviver, sentir e reencontrar o que na verdade está morto e não ressucitara....

segunda-feira, setembro 12, 2005

A morte
" A única coisa que se encontra fixada na fotografia, qualquer fotografia, é a morte"

Roland Barthes

Talvez não fosse tão louca....
A louca da casa nem era tão louca assim, era mais exagerada. Sofria de incontinência verbal, não segurava as palavras que o seu cérebro mandava para a boca.

Isso a fazia parecer louca porque muitas vezes machucava e em outras fazia feliz os que estavam ao seu redor.
A louca da casa era uma mulher onde no seu pequeno mundo as coisas passavam rápido, a idade, as semanas e as horas mas os sentimentos que nasciam no seu coração demoravam a passar. Em relação aos sentimentos, ela era um verdadeiro vulcão em erupção, tudo precisava ser sentido com intensidade, tudo era exagerado demais se não, era muito comum e para ela não era vida.

Tinha figura de mulher forte e centrada, mas o que poucos sabiam e muitos que quando descobriam repugnavam, era que na verdade, ela tinha corpo e idade de mulher, mas a sua alma era a de uma criança que queria que o seu pequeno mundo ainda se tornasse um mundo encantado....