segunda-feira, abril 12, 2010

Lembranças da minha infância

Confesso que ando um tanto melancólica, pensando nos que já não estão mais entre nós e a dor e a falta que eles nos fazem.

Sei que a única coisa que temos certeza na nossa vida é que a cada dia morremos um pouquinho até que só as nossas lembranças estarão vivas no coração daqueles que nos amam.
Como já contei aqui antes, a comida tem uma relação muito forte comigo. Os seus cheiros, sabores únicos e lembranças de momentos que não voltam mais. Vocês já pensaram como é único e maravilhoso você degustar algum alimento e este lhe transportar no seu passado, na sua infância ou um jantar romântico ou até aquele maravilhoso dia de preguiça que ficou a muito guardado no passado?
Resolvi então não deixar que algumas receitas únicas e muitas delas deliciosamente simples morressem com as pessoas que eu amo como já deixei que acontecesse antes. Portanto vocês vão encontrar vez ou outra uma receitinha que eu fiz e aprendi com as pessoas especiais da minha vida.
Espero que vocês gostem saboreiem e desfrutem de momentos inesquecíveis!
A primeira delas é um delicioso pudim de leite condensado feito pela minha tão doce avó Terezinha, uma receita que já é feita na família a mais de 60 anos, é simplesmente dos Deuses. Aliás, ela é uma das minhas inspirações de como é uma arte transformar alimento tão simples em pratos saborosos.
Ai vai...

Ingredientes

Para o pudim
• 4 ovos
• 4 Gotas de limão (não podem faltar , elas tiram o cheiro de ovo)
• 1 lata de leite condensado
• 1 e ½ lata de leite
• 1 colher de sopa de farinha de trigo
• 1 forma para pudim com banho Maria

Para a calda
• 2 xícaras de café de açúcar refinado
• 1 xícara de chá de água

Preparo do pudim
Bata os ovos com as gotas de limão no liquidificador.
Acrescente o leite condensado, o leite e a farinha.
Bata tudo muito bem.
Unte a forma com o caramelo.
Despeje o pudim e deixe cozinhar por aproximadamente 25 minutos.
Deixe esfriar e coloque por algumas horas na geladeira.
Desenforme na hora de servir.

Preparo da calda
Coloque o açúcar em uma panela e vá derretendo até ficar com a cor de caramelo, adicione a água e deixe ferver, cuidado para não virar puxa ou queimar.

terça-feira, outubro 31, 2006

Escolhas...



Acho que sempre existem aqueles momentos na vida que precisamos parar, pensar, colocar cada órgão do corpo e fio de cabelo no lugar e simplesmente decidir.
Parar de fingir que se pode levar a vida assim com dias que correm mais que os pilotos de formula indy, que podemos encher os dias de coisas e mais coisas para que não se precise parar , pensar, sofrer e decidir.
Existem horas fatais que as escolhas precisam ser feitas, que a cabeça pensa numa solução mais sabe que ao se escolher , sempre se perde alguma coisa, é claro que ganhamos mas sempre perdemos....
Pode não ser nada concreto, mas momentos, risadas felizes, uma época que não volta mais.
O difícil é lembrar que o tempo está passando e a cada dia as escolhas são mais cruciais, que não dá para continuar a ser criança por mais que gostaríamos.
Que infelizmente nos tornamos adultos e as frustrações ficam cada vez mais claras e transparentes aos nossos olhos.
O coração mais uma vez sente que ele existe e que dói porque sabe que a perda é inevitável.
E dói ainda mais porque esta louca tão normal ainda não sabe lidar com as perdas que a vida traz.

quinta-feira, agosto 31, 2006


De todos os personagens de histórias infantis, Sininho é a minha predileta. Feminina, encantadora, linda e com uma dose de maldade que toda mulher tem....
Agora queria me transformar em Sininho, sair voando por ai, sem celular, sem cobranças e com meu pozinho brilhante para transformar, enfeitiçar , mudar a chatice da vida real.....

segunda-feira, julho 31, 2006

Vida


Às vezes me pergunto como é complicado se conhecer, se posicionar e sair da fantasia. Perguntas, surpresas, feridas que vem a tona!
A vida é sem dúvida maravilhosa, pelas surpresas que nos reserva, pelos presentes diários vividos, mas o que pra mim é difícil é este viver, tentando “inconscientemente” satisfazer as pessoas.
Inventaram-nos um modo de vida em sociedade, uma maneira de ser seguida que nos levaria aos céus, a uma vida eterna e felicidade prometida para toda eternidade.Regras que quando questionadas ou burladas, nos transformam em rebeldes sem causa, demônios sem inferno.
Precisamos ter sucesso profissional e quando ele vem, temos que ter um marido ou mullher e depois disso os filhos e depois de um, outros. Estão sempre nos questionando, sempre querendo escrever a nossa história com a lapiseira alheia.
Nós mulheres, precisamos ser lindas, magras, bem vestidas, educadas, com cheiro de frescor, ter a inteligência necessária para saber quando ser puta ou santa até mesmo com nossos maridos.Precisamos todas ser mães, porque somos mulheres e ninguém quer saber se você não nasceu para isso.Temos um útero, temos que gerar.
Você tem que estar sempre com um sorriso na boca, o cabelo arrumado e um homem do lado.
Se não vão falar que você não tem vaidade, que se está só é porque é uma baranga horrorosa ou se é bela ninguém entende, falam que você tem problemas. Se resolver negar os pedidos de casamento que lhe foram feitos, você é burra ou louca.
Fala-se de liberdade, mas a liberdade não existe. Você tem que ser livre dentre as escolhas que nos foram impostas.
É como escolher uma camiseta ou você escolhe uma cor ou outra, sair sem ela não é permitido.
Se você gosta de tomar vários porres com os amigos, uma hora vão te mandar para o AA.Se você for gay vão dizer que é problema de caráter.Se é feio vão falar que é infeliz.Se é gordo vão dizer que é preguiçoso.Se prefere fazer sexo casual, já que não encontrou o amor ideal, vão dizer que é promiscuo.Se você for corno, vão dizer que você é incompetente.
Se, se, se, se........................
Vivemos todos de se, deixamos de viver as nossas próprias vidas por medo. Prefirimos assistir a vida alheia ou não olhar para nada, viver uma vida na escuridão.
E a única verdade, se é que ela existe é que o que buscamos é mais que liberdade, talvez não tenha nome ou tenham vários, mas passamos a maior parte escondidos atrás do medo de tentar conversar com o nosso verdadeiro eu, com medo que ele nos diga que as nossas escolhas foram erradas e que vivemos empurrando os dias, sem perspectiva de felicidade.

quarta-feira, julho 26, 2006

Amigos

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.'' Oscar Wilde

segunda-feira, abril 17, 2006

Receitinha refrescante!!!!

Faz tempo... um bom tempo que não sai nem uma frase deste cérebro pensante e na verdade muito mais viajante.
Acho que consigo escrever melhor quando estou nas minhas fases melancólicas.Na verdade todo louco e poeta adooooora uma melancolia.
Ando lendo muito e sobre muitas coisas mas não anda saindo nada da minha cabeça...será que estou bloqueada ou roubaram a minha inteligência?
Acho e tenho certeza que odeio o sufocamento e a pressão e só de saber que os prazos estão chegando me dá calafrios, estagnação total!
Já que não sai nem um texto que preste desta cabeça e atendendo a pedidos ai vai uma receitinha fácil, fácil...saiu ontem no fantástico.
Ainda não fiz, prometo fazer e depois comentar, mas vale a pena vocês se arriscarem.
É um charme de prato , o Alex Atala que criou é mais charme ainda e uma receita dele só pode ser boa.....
Uma ótima saladinha para vocês e desculpa a falta de inspiração...

SALADA DE PAPAIA, MANGA E CAMARÃO Por Alex Atala, do restaurante Dom, de SP.
INGREDIENTES (PARA 4 PESSOAS)
1 papaia1 manga8 camarões rosa
suco de limãohortelãcoentro
PARA DECORAR
Folhinhas de: salsinha crespa, broto de alpiste, broto de girassol e espinafre. Flores: pétalas de violeta e de mini rosas.
MODO DE PREPARAR
Tire a casca da manga e da papaia, corte em filezinhos bem finos e depois em cubinhos, também bem pequenos. Misture tudo numa cumbuca.
Corte bem fininho folhas de hortelão e de coentro e misture às frutas já picadas.
Adicione 1 colher de sopa de suco de limão (por pessoa) e se tiver gotinhas de molho de peixe tailandês.
Misture bem e leve a cumbuca coberta pra geladeira por 5 minutos. Para servir, coloque essa mistura no centro do prato e, por cima, dois camarões rosa pré-cozidos (se não tiver o rosa pode ser dos menores, em maior quantidade).
Enfeite com ervas (broto de alpiste, broto de girassol, espinafre) e flores e bom apetite.

terça-feira, março 07, 2006

Comida


Tem algumas coisas que por mais que fujamos uma hora ou outra ela vem ao nosso encontro.
Acho que sempre fugi de tudo o que dizia a respeito de comida. Talvez pelas dificuldades que vejo os meus pais enfrentarem, talvez por rebeldia.
Confesso que ainda fujo, mas a cada dia que passa a comida se torna mais presente na minha vida.
Antes era comer e apreciar... Hoje é comer, sentir prazer, ficar cada vez mais com paladar aguçado, hoje sei exatamente o que não me faz gostar de um prato (leite de coco em exagero e tomilho) e fazer, experimentar, testar deliciosas receitas com um enorme prazer e vontade que antes não fazia parte da minha vida.
Hoje para mim, comer é compartilhar sonhar, conhecer, seduzir, criar laços e matar saudade.
Na comida relembro as pessoas que já se foram, os momentos vividos, as experiências, o paladar modificado. E assim chega a saudade, um aperto no estomago e no coração, em outras uma felicidade, às vezes até sinto um gostinho que não sei explicar como me vem à boca. Se sinto saudade e se ela é grande não consigo conter o choro.
Livros de receitas, não todos mais os especiais são como livros de contos de fadas que me fazem sonhar, com o dia que vou experimentar aquele gosto, cheiro e talvez porque não o sonho de um dia encantado, com uma história inesquecível a ser contada e a ser relembrada.
E sempre, sempre com gosto, cheiro e momentos inesquecíveis!